Tuesday, June 3, 2008

Você é um homem ou um rato?

Certa vez eu me deparei com uma cena tão deprimente num lugar em Campina Grande. Fiquei perplexo. Nunca tinha visto de perto um ser humano numa situação daquelas: diabético, usando fraldas, um odor insuportável de urina e as duas pernas amputadas.

Quando ia voltando para casa nesse mesmo dia, no mesmo beco em que morava o senhor diabético, numa pilha de lixo um gato trucidava lentamente um rato ainda vivo a se debater. Comecei a pensar no senhor adoentado, incapacitado, sem muitas forças para lutar contra sua sina apesar de exibir um sorriso apático e uma simpatia cativantes, buscava visivelmente disfarçar sua apatia. Estava rendido e só aguardava pelo fim.

Nessa ocasião escrevi o texto que segue abaixo no meu antigo blog:

O RATO

Desesperado, ele olha para todos os obstáculos na imensidão de seu universo em busca de saídas estrategicamente abertas por ele em outros tempos. Julga conhecer todos os recantos e esconderijos que o cercam.
Mas onde estão seus locais de fuga mirabolantemente projetados? Onde foi parar sua sabedoria? Onde está o heroísmo intrépido que lhe era tão peculiar? Suas estripulias tão bem treinadas para encarar este fatídico dia em que seu inimigo o olha de frente feroz... viril... faminto... que recursos teria pra enfrentar tal criatura? Parecia agora tão pequeno e impotente. Não passa de um minúsculo ser infame com pretensões de grande dono de seu universo e conhecedor de todas as coisas. Não podia ludibriar aquela criatura nem domar aquela fúria devastadora.
Tenta em vão camuflar-se, esconder-se. Ele corre. Mal sabe que é uma mera peça no jogo cruel de seu inimigo brincalhão.
E quando por fim subjugado, torce pelo seu fim rápido e indolor mas nem nisso é atendido. É saboreado lentamente e vivo em um banquete macabro que precede a mordida fatal finalizando sua existência mesquinha e medíocre.
Embora tão precioso manjar não consiga, nem de perto, saciar a fome por carne e diversão desta fera mordaz.

Bruno "RuffyMaru" Palmeira - 26/08/2006

Sunday, June 1, 2008

E agora, Zé?

E agora zé?
A bagaceira cabou-se,
Apagaram o refletor,
O povo pegou o beco,
Noite fria de torar os cano
E agora zé?
E agora tu bicho?
tu mermo que nem nome tem,
que tira onda com os outros,
tu mermo doido,
que ama, faz bagunça?
e agora, zé?
Tomou um chifre,
tem nem o que dizer mais,
nem um agradinho tem,
já num pode mais tomar uma,
já num pode mais dar um cardo,
nem dar uma cuspida num pode,
Noite fria de torar os cano
o dia num deu nem 'as cara',
o bonde nem deu 'as conta',
quanto mais o riso,
nem a utopia se manifestou,
e tudo já era,
e tudo deu no pé,
e tudo foi pro brejo,
e agora, zé?...
Zé e agoraaaaa?
Se tu desse um escândalo
Se desse uma gemidinha
Se tu fosse tirar um cochilo,
Se tu batesse pino,
Se tu batesse as bota,
Mas cadê que tu morre?
Tu é foda, Zé!...
Sem nem um pangarézin
que fuja a galope
tu se dana no mundo, Zé!
zé? pra onde mulestado tu vai?

By Bruno "RuffyMaru" Palmeira (livremente inspirado em Drummond XD)

Texto original para os que ignoram: E agora, José?

Eurico, se manda!


Eurico Miranda não é só uma mácula na História do Vasco da Gama, é uma mancha horrível na História do Futebol Brasileiro. Aliás ele é uma referência nacional de corrupção, autoritarismo, desequilíbrio, impunidade e toda sorte de adjetivos podres que se possa imaginar. Cada vez que abre a boca pra falar, acaba por expôr ao ridículo toda uma nação vascaína da qual faço parte e envergonha a nação futebolística e esportista brasileira com a forma inescrupulosa que trata de seus negócios e dos negócios do clube.

Eurico, é uma pena que você não perceba isso por si só. É lamentável que um ser humano ao qual é dado a dádiva sublime e fulgaz de habitar essa terra por tão pouco tempo, deixe como legado tanta revolta, entre para história como uma figura odiada e desprezada por todos seus contemporâneos que prezam pelo bom senso e pela justiça.

Só há um jeito possível de se redimir. Por favor, abandone a direção (leia-se: posse) do Clube de Regatas Vasco da Gama. Porque nosso time é eterno. Depois de você, virão outros mais dignos e prudentes e você será apenas uma página negra virada e esquecida, lembrada com repulsa.
Da forma mais sincera possível eu digo: Se manda! Se manda antes que seja impossível recuperar teu prestígio como ser humano. Se manda, Eurico Miranda.