Até o conceito de Deus evolui, pois ele é formado historicamente! Neste mês a revista "Aventuras na História" (n.52, dez/2007) lança uma matéria de capa que visa debater justamente este tema. Ela explica que inicialmente Javé (YHWH) era um deus tribal do povo hebreu, e como tal era exlusivista, vingativo, exigente e racista. Era um deus selvagem e brutal, que representava tanto o bem como o mal que advém a todos. Esse deus elegeu o povo que o adorava como "os seus escolhidos", em detrimento de todo o restante da humanidade, iníquos que deveriam ser conquistados e passados ao fio da espada pelas hordas de conquistadores hebreus. Pois foi com essa mentalidade que esse povo conquistou toda a Palestina antiga. Por isso esse deus foi também chamado de "Senhor dos Exércitos". Era um deus da guerra, como o Marte grego.
No tempo de Jesus, quando a monarquia era findada e a Judéia não passava de um mero território sob a ocupação romana, esse conceito teve que mudar. Colocado sob joelhos diante dos outros povos, este povo inicialmente beligerante teve que rogar por Javé em favor de sua misericórdia e em vão foram suas atitudes de rebelião aos seus ocupadores, ocasionando a total destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Melhor então um Deus de amor, paz, misericórdia e bem-aventurança, num mundo celeste e no porvir. Esse Deus-Pai viria de qualquer forma reestabelecer o domínio dos judeus sobre os reinos através do reinado do Messias, título que Jesus de Nazaré tomou para si. Por outro lado, foi justamente essa mudança de paradigma a respeito da natureza de Deus, no sentido de sua universalização (englobando os outros povos como dignos de sua tutela) e de sua bondade perfeita, que levou o cristianismo - inicialmente apenas uma ala do judaísmo - a se tornar posteriormente uma religião das massas no mundo romano. Além de tudo o mais, o nosso conceito atual de Deus englobou a idéia racional e asséptica do "Logos" da filosofia grega, a causa primordial de tudo o que existe e o Bem, o que explica em parte o seu "distanciamento".
No tempo de Jesus, quando a monarquia era findada e a Judéia não passava de um mero território sob a ocupação romana, esse conceito teve que mudar. Colocado sob joelhos diante dos outros povos, este povo inicialmente beligerante teve que rogar por Javé em favor de sua misericórdia e em vão foram suas atitudes de rebelião aos seus ocupadores, ocasionando a total destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Melhor então um Deus de amor, paz, misericórdia e bem-aventurança, num mundo celeste e no porvir. Esse Deus-Pai viria de qualquer forma reestabelecer o domínio dos judeus sobre os reinos através do reinado do Messias, título que Jesus de Nazaré tomou para si. Por outro lado, foi justamente essa mudança de paradigma a respeito da natureza de Deus, no sentido de sua universalização (englobando os outros povos como dignos de sua tutela) e de sua bondade perfeita, que levou o cristianismo - inicialmente apenas uma ala do judaísmo - a se tornar posteriormente uma religião das massas no mundo romano. Além de tudo o mais, o nosso conceito atual de Deus englobou a idéia racional e asséptica do "Logos" da filosofia grega, a causa primordial de tudo o que existe e o Bem, o que explica em parte o seu "distanciamento".
